A série de dramas familiares da realeza abriu os olhos dos especialistas reais para a seguinte questão: a monarquia britânica pode acabar? Segundo a autora Anna Pasternak, a resposta é sim e, caso a situação se concretize futuramente, os culpados de colocar um fim na “Coroa” mais famosa do mundo são os duques de Sussex, o príncipe Harry e Meghan Markle, de acordo com o jornal The Mirror.
Em declaração ao tabloide britânico, Pasternak expôs que as consequências da briga pública entre o casal e a Coroa “desencadeou algo profundamente incendiário na Grã-Bretanha”. Em janeiro de 2020, Meghan e Harry anunciaram a saída da família real para buscar a independência. Dois meses depois, eles se mudaram para o Canadá e, em seguida, fixaram-se de vez nos Estados Unidos.
Um ano se passou até que os duques de Sussex decidissem contar o lado deles da história em uma entrevista polêmica concedida à apresentadora Oprah Winfrey. Em março, a dupla rompeu totalmente com a realeza, e a avó paterna de Harry, a rainha Elizabeth, chegou a retirar os títulos militares do neto. No ponto de vista da especialista, a rivalidade do casal com os familiares pode “derrubar” a monarquia e, quem sabe, promover uma dança das cadeiras na sucessão do trono britânico.
Instantaneamente após a morte da atual soberana, quem ascende ao posto é o príncipe Charles, primeiro filho da rainha e do duque de Edimburgo, Philip. Entretanto, devido às últimas “bombas” lançadas pela ruptura dos Sussex, o início do reinado do primogênito de Elizabeth pode ser adiado — ou até mesmo cancelado. Na entrevista, Harry e Meghan alegaram que um integrante da família real cometeu racismo ao questionar o “quão escura” seria a pele do filho do casal, Archie, atualmente com 1 ano.
O casal Sussex preferiu não comentar a identidade do membro da realeza que fez o comentário racista. Dias depois, a imprensa revelou que se tratava da princesa Anne, tia de Harry. Neto e filha da rainha Elizabeth se encontraram no funeral do príncipe Philip, no sábado (17/4). A imprensa, inclusive, acusou Anne de desprezar o sobrinho na cerimônia fúnebre realizada no Castelo de Windsor. Foi a primeira vez que os dois ficaram cara a cara desde as queixas.
Escritora do livro a Princesa Apaixonada, em referência à Lady Di, Anna Pasternak acredita que não está “100% certa” do futuro de Charles como líder da monarquia britânica. “Pode ser que haja uma onda de opinião pública contra [Charles] e a Coroa considere preferível que William ascenda, porque é mais jovem, mais identificável”, disse a autora à revista Vanity Fair.
“Os Sussexes geraram algo tão fundamentalmente incendiário neste país que está mudando a face da Grã-Bretanha [Inglaterra, Escócia e País de Gales], e acho que a monarquia como uma instituição arcaica pode muito bem cair”, completou Pasternak à revista. Não é só a biógrafa da princesa Diana que compartilha do mesmo posicionamento. Primeira parlamentar negra do Reino Unido, Diane Abbott também manifestou seu ponto de vista à Vanity Fair: “A monarquia como conhecemos durará enquanto a rainha estiver viva”, enfatizou.
Na avaliação de Abbott, quando Elizabeth II morrer, haverá um grande debate público a respeito do futuro da Coroa britânica. “O que a família real e seus conselheiros fizeram com Meghan será parte do argumento para a mudança”, sustentou a política. Caso a discussão chegue ao plenário do Parlamento, ela defenderá uma monarquia “mais escandinava, onde não há tanta pompa e cerimônia”.
PhD e pesquisador especializado em história britânica, Martin Wiener presume que, sem a rainha Elizabeth II “segurando” os 53 países da Commonwealth of Nations (Reinos da Comunidade das Nações, em tradução do inglês), os Estados-membros desistirão de pertencer à organização. “Seria como: ‘Quem quer Charles como nosso cabeça?’ Estamos presos a Charles”, explicou o especialista.
O ponto de vista de Pasternak, Abbott e Wiener a respeito do príncipe Charles ganha protagonismo dois dias depois de seu filho Harry retornar para casa nos Estados Unidos. De acordo com o The Sun, o duque de Sussex “voltou correndo” para ficar com a mulher, Meghan Markle, grávida de uma menina. Ao The Mirror, uma fonte afirmou sobre pai e filho não terem conversado individualmente.
Charles e Harry chegaram a dialogar, mas na presença do príncipe William e da “pacificadora” Kate Middleton. Em breve, pai e filho ficarão cara a cara novamente e deverão acertar “mais contas”. O duque de Sussex voltará ao Reino Unido em julho para o lançamento de uma estátua da mãe, a princesa Diana, em 1º de julho.
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