Anvisa registra novo medicamento contra o diabetes

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou o registro do Mounjaro, um novo medicamento para o tratamento do diabetes tipo 2. Assim como o Ozempic, o Mounjaro também promove a perda de peso como um de seus efeitos colaterais, o que o torna uma opção promissora para o controle do sobrepeso e da obesidade em pacientes com diabetes. No entanto, especialistas apontam diferenças fundamentais que tornam o Mounjaro superior ao Ozempic.

A médica nutróloga Ana Luisa Vilela explica que ambos os medicamentos simulam hormônios produzidos naturalmente pelo corpo. Enquanto o Ozempic estimula os receptores de um hormônio intestinal chamado GLP-1, que retarda a passagem dos alimentos pelo estômago e promove a sensação de saciedade, o Mounjaro vai além, estimulando também os receptores de outro hormônio, o GIP, que atua na produção e liberação de insulina no organismo. Esse efeito combinado resulta em uma resposta sinérgica, proporcionando melhores resultados tanto na redução da glicemia quanto na perda de peso.

O Mounjaro é uma medicação injetável subcutânea que deve ser administrada uma vez por semana. Embora sua aprovação no Brasil seja exclusiva para pacientes diabéticos, estudos estão em andamento para avaliar seu uso em não diabéticos com sobrepeso ou obesidade.

No entanto, tanto o Ozempic quanto o Mounjaro apresentam efeitos colaterais, como náusea, vômitos e distúrbios gastrointestinais, incluindo constipação e diarreia. Os especialistas destacam a importância do acompanhamento médico e da realização frequente de exames para monitorar os pacientes que fazem uso dessas medicações.

Embora o Mounjaro tenha demonstrado uma média de perda de peso de 26,6% em estudos, os especialistas pedem cautela ao compará-lo com a cirurgia bariátrica, enfatizando que a cirurgia ainda oferece resultados mais abrangentes, com perda de peso de 30% a 70% e menor chance de reganho. A administração crônica de medicamentos como o Mounjaro deve ser combinada com mudanças no estilo de vida, incluindo educação alimentar e atividade física, para obter os melhores resultados terapêuticos.

Os especialistas concordam que esses medicamentos desempenham um papel importante no tratamento do diabetes e da obesidade, mas a cirurgia bariátrica continua sendo uma opção terapêutica distinta, com resultados mais abrangentes e duradouros.

 

 

 

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