Israel intensificou suas operações militares na Faixa de Gaza na sexta-feira, acusando o grupo militante Hamas de manter esconderijos sob hospitais na região. Além dos bombardeios aéreos, as forças israelenses realizaram incursões por terra e mar, aprofundando o conflito em uma área já marcada por anos de tensões.
As incursões por terra e mar envolveram tanto tropas terrestres como comandos da Marinha israelense. O foco principal dessas operações tem sido desmantelar os túneis usados pelos terroristas para se esconderem.
Durante os ataques, dois provedores de telefonia celular em Gaza relataram interrupções nos serviços de comunicação devido a bombardeios intensos. A organização Netblocks, que monitora o funcionamento da internet global, confirmou que vários provedores de internet também enfrentaram problemas de conectividade durante os ataques. Além disso, a organização humanitária Crescente Vermelho informou que perdeu contato com suas equipes médicas em Gaza.
A representação do Brasil em Ramallah, na Cisjordânia, confirmou que houve uma queda na prestação de serviços de comunicação em Gaza. O embaixador Alessandro Candeas declarou que conseguiu entrar em contato com um grupo de brasileiros hospedados em Rafah, afirmando que eles estão em segurança.
Enquanto a situação se agrava, os hospitais na Faixa de Gaza estão enfrentando dificuldades. Um médico em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, relatou que só está atendendo pacientes que necessitam de cirurgias de emergência, e todos os leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) estão ocupados.
O contra-almirante israelense Daniel Hagari fez uma apresentação na qual mostrou evidências de que o Hamas está usando estruturas civis em Gaza para esconder suas instalações. Uma foto de satélite mostrou o complexo do hospital Al-Shifa, o maior da região, com 1,5 mil leitos. Edifícios marcados em vermelho teriam instalações do Hamas no subsolo, de acordo com informações de inteligência. Israel também apresentou gravações de áudio que alegadamente mostram conversas entre um militar israelense e um funcionário palestino da companhia de energia de Gaza. Nessa conversa, o funcionário afirmou que o Hamas está utilizando combustível para manter eletricidade nos túneis e raciona a quantidade que vai para os hospitais.
Por outro lado, um porta-voz do Hamas refutou essas alegações, classificando-as como mentiras destinadas a justificar um novo massacre de civis.
reuters