Apesar da tão aguardada chegada das chuvas neste fim de semana em Mato Grosso do Sul, os danos já causados pela severa seca nas lavouras de milho não foram aliviados. A safra 2023/2024 já está estimada para ter uma queda de 19,23% na produção do grão, e com a previsão de chuvas abaixo da média, os desafios para a segunda safra se intensificam.
Após mais de um mês de ausência de precipitações, muitas áreas do Estado finalmente viram a chuva nesta sexta-feira. No entanto, apesar do volume considerável, que chegou a 50,2 milímetros em Dourados e 44,6 mm em Maracaju, as lavouras de milho não experimentaram uma recuperação significativa.
Especialistas no setor agropecuário lamentam que as chuvas recentes não tenham sido suficientes para reverter os danos causados pela seca prolongada. Nas regiões sul e central do estado, as plantas já foram muito afetadas pela falta de chuvas nos últimos 40 a 45 dias.
Representantes do setor rural concordam que, embora a chuva seja bem-vinda para a umidade do ar e a temperatura, ela chega tarde demais para impactar positivamente a safra de milho. O ciclo produtivo do milho já está completo, e a expectativa é de uma quebra de cerca de 50% na região sul do estado.
Além da seca, a previsão de um inverno mais rigoroso não deve beneficiar as lavouras de milho. A baixa temperatura pode interferir no desenvolvimento do grão se persistir por um longo período, mas se for apenas por alguns dias, não deve causar grandes problemas.
Os períodos de seca entre março e abril, seguidos por temperaturas elevadas, agravaram os danos às lavouras de milho. Pesquisadores apontam que algumas áreas estão enfrentando condições especialmente adversas devido ao estresse hídrico e ao calor intenso.
Com a transição do fenômeno El Niño para o La Niña, prevista para o segundo trimestre deste ano, espera-se mais adversidades climáticas, incluindo chuvas abaixo da média e temperaturas mais baixas, o que pode agravar ainda mais a situação das lavouras de milho.
Dados da Associação de Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS) revelam uma redução de 5,82% na área cultivada com milho e uma queda de 19,23% na produção em comparação com o ciclo anterior. Esta situação reflete os desafios enfrentados durante a safra de soja, que também foi afetada pela seca, resultando em uma redução de 17,7% na produção.
Aprosoja-MS