Investigados são alertados um dia antes sobre operação do GAECO

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul, por meio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), deflagrou na manhã desta quinta-feira a Operação ERASURE, com  mandados de busca e apreensão na cidade de Campo Grande/MS.

Segundo o GAECO, houve obstrução à investigação conduzida pelas 29ª e 31ª Promotorias de Justiça de Campo Grande, com apoio do Grupo Especial de Combate à Corrupção (GECOC), e que resultou na denominada Operação TURN OFF.

“O GAECO constatou que alguns dos requeridos das medidas de busca e apreensão obtiveram ciência ilegal a respeito da investigação sigilosa em andamento, em data que antecedeu a deflagração da operação TURN OFF, promovendo a exclusão deliberada de dados e informações pertinentes aos fatos em apuração”, diz a nota do Gaeco.

O termo ERASURE,  que dá nome à operação, traduz-se da língua inglesa como ‘apagamento’

” é uma referência às condutas dos ora investigados que excluíram, alteraram e formataram aparelhos celulares, pois, sabedores de que seriam alvo de diligência de busca e apreensão dirigida à coleta de informações acerca de atividades de desvio de dinheiro público e fraudes à licitação desenvolvidas por organização criminosa instalada no alto escalão do Poder Executivo do Estado de Mato Grosso do Sul”, diz o Gaeco.

o caso

Segundo o Gaeco, em 2024, os envolvidos foram denunciados por fraudes e corrupção em procedimentos de compra de materiais de ostomia para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Campo Grande, em Convênio firmado com a Secretaria de Estado de Saúde, no valor de R$ 22.996.305,73. Além disso, foram denunciados por fraudes, corrupção e desvio de dinheiro público na contratação de empresa pela Secretaria de Estado de Saúde, para emissão de laudos médicos, no valor de R$ 12.330.625,08

.“Em relação a estes fatos recentes, foi desenvolvida a 1ª fase da operação, em 29/11/2023, a qual originou as ações penais ajuizadas em 2024. Naquele momento, os mesmos alvos foram presos preventivamente. Pouco depois, a prisão preventiva foi substituída por medidas cautelares, com vistas, inclusive, a inibir novas práticas delitivas. Entretanto, em total afronta e reiteração criminosa, continuaram a praticar novos crimes, principalmente o de lavagem de dinheiro, sendo identificada a atual ocultação de bens obtidos ilicitamente em valores que ultrapassam 10 milhões de reais, revelando a necessidade das medidas desta 2ª fase da Operação Turn Off”, conclui o MPE.Primeira fase.

Na primeira fase da operação, em novembro do ano passado, oito pessoas foram presas. Entre eles, Édio Castro, adjunto da Secretaria de Educação; Thiago Mishima, Andrea Cristina Souza Lima; Victor Leite de Andrade; Paulo Henrique Muleta Andrade; Simone Ramirez, Sergio Duarte Coutinho Junior, Lucas Coutinho. O adjunto na Casa Civil, Flávio Brito, foi exonerado do cargo após a operação.

 

 

ims

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